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Os negócios do governador ostentação na saúde do DF

Enquanto a população do Distrito Federal sucumbe à pandemia sem vacina, assistência à saúde e auxílio emergencial, Ibaneis Rocha segue normalmente com seus negócios, recentemente alvos de denúncia da revista Crusoé.

Segundo a revista, as mais diversas áreas seriam campo de negociação do governador, que não se preocupa em diferenciar o terreno público de seus negócios privados. No transporte, Ibaneis teria liberado, através da mediação de uma amiga pessoal, R$ 90 milhões em auxílio às empresas de ônibus, com aumento da tarifa técnica e sinalização de aumento das passagens; no saneamento básico, outro amigo de Ibaneis aceleraria o pagamento de indenizações da CAESB, companhia de tratamento de água da capital, a empresários aliados ao governo; Ibaneis ainda utilizaria o BRB, banco público local, para patrocinar seu time, o Flamengo, garantindo cargos para ex-dirigentes do clube nas assessorias do GDF, além de utilizar o banco para patrocinar seus leilões de gado e dar crédito especial a amigos advogados; na ciência, Ibaneis nomeou um filho de um amigo e doador de campanha para a presidência da Fundação de Apoio à Pesquisa; na comunicação, Ibaneis Rocha tentou utilizar R$ 63 milhões destinados ao combate à pandemia para campanhas publicitárias, financiando empresas de comunicação que estabelecem com ele relação pessoal e prestaram serviço durante sua campanha.

Ibaneis Rocha também coleciona denúncias na saúde, ao passo que hospitais declaram situação de emergência com taxa de ocupação de leitos beirando os 90%, UPAs se encontram superlotadas e a atenção primária sofre sérias dificuldades para dar conta das demandas com equipes desconstituídas – o que afeta o financiamento do SUS – e falta de medicamentos.

Desde o ano passado, há denúncias de fraudes milionárias no hospital de campanha instalado no estádio nacional Mané Garrincha; desvios em contratos emergenciais; superfaturamento na compra de testes rápidos de detecção da COVID-19 de qualidade duvidosa, que, inclusive, deflagraram a operação Falso Negativo, que resultou na prisão da cúpula da saúde. Foi nesta operação que Francisco Araújo, ex-presidente do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (IGES-DF), foi preso, mas não antes de facilitar o adiantamento de um pagamento milionário à empresa Sanoli, que também conta com amigos pessoais de Ibaneis na mediação.

Contudo, não é a primeira vez que o instituto de direito privado responsável por dois hospitais de grande porte e por sete unidades de pronto atendimento (UPA) aparece em denúncias de corrupção relacionadas ao governo Ibaneis, o IGES DF figura em cabides de emprego para os amigos do governador, superfaturamento imobiliário, contratos suspeitos que continuam em vigor e uso indevido do cartão corporativo do instituto para compra de balas, pizza e até para custear o mestrado de um dos funcionários. Agora, Ibaneis passa por cima da legislação e impõe a nomeação interina de Gilberto Occhi, seu correligionário, ao IGES-DF. Tudo isso com a cobertura da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), cujo presidente, Rafael Prudente, que reside em um imóvel milionário do próprio governador, agiu para enterrar a CPI da Pandemia, que investigaria tais irregularidades na gestão da saúde.

As denúncias ao governo Ibaneis reúnem, ainda, personagens envolvidos em operações como a Caixa de Pandora, que derrubou o governo Arruda, e a operação Lava Jato, inclusive com doações de envolvidos à campanha eleitoral de Ibaneis Rocha e atual envolvimento dessas pessoas em cargos e contratos.

É necessário, portanto, que haja iniciativas sérias de investigação sobre os desmandos de Ibaneis Rocha à frente do governo do Distrito Federal, impondo limites entre a vida privada do governador e a gestão pública. A CLDF precisa abrir uma CPI para investigar o IGES e levar a fundo as denúncias realizadas junto ao ministério público e o ministério público de contas. Precisamos nos mobilizar em contrariedade à maneira como Ibaneis negligencia a vida do povo do Distrito Federal, utilizando a pandemia como momento oportuno para enriquecer a si e aos seus, fazendo da morte de centenas o cenário para o balcão de negócios no qual transformou o GDF. Ft: esquerda online 

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