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Combustíveis não param de subir no Distrito Federal

Apesar do dólar mais comportado e da pausa dada pela Petrobras nos reajustes cobrados nas refinarias, o consumidor não tem trégua na hora de abastecer o carro. Desta vez, o vilão é o etanol, que aumentou devido à quebra da safra de cana-de açúcar


Mesmo com o dólar em baixa e sem que a Petrobras tenha anunciado novos aumentos nas últimas semanas, os preços dos combustíveis não caem para o consumidor. De acordo com a ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frota, o valor médio da gasolina cobrado nos postos, na primeira quinzena de maio, subiu 0,91% em relação a abril, com média de R$ 5,789 por litro. Em relação ao etanol, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que o preço médio é de R$ 4,247

E é justamente o etanol a explicação para o fato de a gasolina não baixar nas bombas. No Brasil, a gasolina tem 27% de etanol na sua composição. Assim, qualquer elevação nos preços do derivado da cana-de açúcar acaba se refletindo nos preços. De acordo com Paulo Roberto Tavares, presidente do Sindicombustíveis do Distrito Federal, a quebra da safra de cana, devido à falta de chuvas, diminuiu a produção de álcool e, com a pouca disponibilidade do produto, o valor de comercialização aumentou.

Essa situação tem refletido no bolso da população, como conta a analista de sistemas Laise Leal Luz, 46 anos, que diminuiu o uso do carro devido ao alto custo para abastecer o veículo. “O aumento no preço dos combustíveis, além de ser constante, estabelece valores absurdos” lamentou. Ela e o marido, José Antônio Ferreira, servidor público, 61 anos, evitam a utilização do automóvel para pequenas distâncias e agora dividem o mesmo carro como uma forma de economizar combustível. “Quando preciso andar de carro, uso o da minha esposa, por ser mais econômico”, afirmou o servidor.

Segundo o presidente do Sindicombustíveis, toda a produção de etanol para 2021 e 2022 já foi adquirida pelas distribuidoras e não há produto “na prateleira”. E haverá uma redução significativa na oferta de cana, principalmente em São Paulo, no Triângulo Mineiro e no Paraná. “Com a falta de chuvas, as usinas atrasaram o início de safra, e o aumento da oferta só deve acontecer a partir da segunda quinzena de junho. A redução na produção de açúcar será mais forte que a do etanol, pois a quebra de safra está concentrada na região mais açucareira, não acontecendo o mesmo nos demais estados do Centro-Sul”, explicou.

Para tentar reduzir os preços da gasolina, A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) pediu ao governo que a mistura de etanol seja reduzida para 18%. A entidade alegou que as empresas associadas têm enfrentado dificuldades para adquirir etanol anidro suficiente para a mistura obrigatória, causando atrasos nas entregas do combustível aos postos.

Porém, Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as principais usinas produtoras da região Centro-Sul, principalmente do estado de São Paulo, rechaça a ideia. “A presença de etanol anidro como oxigenante da gasolina traz benefícios econômicos, técnicos e ambientais em relação aos combustíveis fósseis. O etanol permite um melhor aproveitamento do refino interno, reduz a necessidade de importação de combustíveis e proporciona redução de 15% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação à gasolina pura”, argumentou.

Para ele, a medida poderia inclusive prejudicar a imagem do Brasil no exterior, já que acarretaria o aumento das emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global.
Com o aumento do etanol, os consumidores preferem abastecer com gasolina, como contou o assistente jurídico Gabriel Vicente, 25 anos, que enche o tanque do carro duas vezes no mês. “Com o preço do etanol aumentando, não vale a pena colocar etanol. Quase sempre abasteço com gasolina comum. E sempre procurando o melhor preço.”

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